16 setembro, 2005

EVANGELHO: Sexta-feira, dia 16 de Setembro de 2005.




Hoje a Igreja celebra : S. Cornélio, papa, mártir, +253, S. Cipriano, bispo, mártir, +258


1ª Carta a Timóteo 6,2-12.
E os que têm senhores crentes não os desprezem, por serem irmãos; antes, devem servi-los melhor, porque os que beneficiam do seu trabalho são fiéis e amados de Deus. Isto é o que deves ensinar e recomendar. Se alguém ensinar outra doutrina e não aderir às sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensinamento conforme à piedade, é um obcecado pelo orgulho, um ignorante, um espírito doentio dado a querelas e contendas de palavras. Daí nascem invejas, rixas, injúrias, suspeitas maldosas, altercações entre homens de espírito corrompido e desprovidos de verdade, que julgam ser a piedade uma fonte de lucro. A piedade é, realmente, uma grande fonte de lucro para quem se contenta com o que tem. Pois nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele. Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Mas os que querem enriquecer caem na tentação, na armadilha e em múltiplos desejos insensatos e nocivos que precipitam os homens na ruína e na perdição. Porque a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro. Arrastados por ele, muitos se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas. Procura antes a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e da qual fizeste uma bela profissão na presença de muitas testemunhas.
Livro de Salmos 49,6-10.17-20.
Porque hei-de temer os dias maus, quando me cercar a maldade dos meus inimigos? Eles confiam na sua opulência e vangloriam-se nas suas riquezas. Infelizmente, o homem não consegue escapar nem pagar a Deus o seu resgate. resgate da sua vida é muito caro e nunca se pagaria o suficiente; nunca chegaria para poder viver para sempre, sem chegar a ver a sepultura. Não te preocupes, se alguém enriquece, se aumenta a fortuna da sua casa. Quando morrer, nada levará consigo; a sua fortuna não há-de acompanhá-lo. Ainda que em vida o tenham lisonjeado: «Serás famoso, porque és um homem rico», há-de juntar-se na morte aos antepassados, que jamais verão a luz.
Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.
Em seguida, Jesus ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens.
Comentário ao Evangelho do dia feito por : João Paulo II Mulieris dignitatem

"Os doze acompanhavam-no, bem como algumas mulheres"Na história da Igreja, desde os primeiros tempos, havia, ao lado dos homens, numerosas mulheres para quem a resposta da Igreja-Esposa ao amor redentor do Cristo-Esposo era compreendida com toda a sua força expressiva. Em primeiro lugar, vemos aquelas que tinham encontrado pessoalmente Cristo, que o tinham seguido e que, após a sua partida, “eram assíduas à oração” (Act 1,14) com os apóstolos, no Cenáculo de Jerusalém, até ao dia de Pentecostes. Nesse dia, o Espírito falou através “dos filhos e das filhas” do Povo de Deus (Act 2,17; Jl 3,1)... Essas mulheres, e outras mais tarde, tiveram um papel activo e importante na vida da Igreja primitiva, nas comunidades seguintes, graças aos seus carismas e às suas múltiplas maneiras de servir… O apóstolo Paulo fala das suas “fadigas” pela causa de Cristo: mostravam os diversos domínios do serviço apostólico na Igreja, começando pela “Igreja doméstica”. Com efeito, “a fé sem desvio” passa aí da mãe aos filhos e aos netos, tal como se passou em casa de Timóteo (2 Tm 1,5).O mesmo se renova no decurso dos séculos, de geração em geração, tal como mostra a história da Igreja. Na verdade, a Igreja, ao defender a dignidade da mulher e a sua vocação, manifestou gratidão e honrou aquelas que, fiéis ao Evangelho, participaram em todo o tempo na missão apostólica de todo o Povo de Deus. Santas mártires, virgens, mães de família deram testemunho da sua fé com coragem e também, pela educação dos seus filhos no espírito do Evangelho, transmitiram a fé e a tradição da Igreja… Mesmo perante graves discriminações sociais, as santas mulheres agiram com liberdade, fortes na sua união com Cristo…Ainda nos nossos dias, a Igreja não cessa de se enriquecer graças ao testemunho de numerosas mulheres que realizam a sua vocação à santidade. As santas mulheres são uma incarnação do ideal feminino; mas são também um modelo para todos os cristãos, um modelo de “sequela Christi” , do que é a vida no seguimento de Cristo, um exemplo da forma como a Igreja-Esposa deve responder com amor ao amor do Cristo-Esposo.