28 setembro, 2005

EVANGELHO: Quarta-feira, dia 28 de Setembro de 2005


Hoje a Igreja celebra : S. Venceslau, rei da Boémia, mártir, +935, S. Lourenço Ruiz e companheiros, mártires, ++1633-37


Livro de Neemias 2,1-8.
No mês de Nisan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, como o vinho estivesse diante do rei, tomei-o e ofereci-lho. Ora, jamais eu estivera triste na sua presença. O rei disse-me: «Porque tens o semblante tão sombrio? Não estás doente. Portanto, isso só pode ser tristeza do coração.» Eu fiquei muito conturbado, e respondi ao rei: «Viva o rei para sempre! Como não hei-de estar triste quando a cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais está em ruínas, e as suas portas consumidas pelo fogo?» E o rei disse-me: «Que queres?» Então, fiz uma oração ao Deus do céu e disse ao rei: «Se aprouver ao rei, e se o teu servo achar graça diante de ti, deixa-me ir ao país de Judá, à cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais, a fim de a reconstruir.» O rei, junto de quem a rainha se sentara, perguntou-me: «Quanto tempo durará essa viagem? Quando será o regresso?» Aprouve ao rei deixar-me partir, e eu indiquei-lhe a data do regresso. Prossegui: «Se o rei achar bem, dêem-me cartas para os governadores da outra margem do rio, de modo que me deixem passar para Judá; e também outra carta para Asaf, o intendente da floresta real, a fim de que me forneça madeira para construir as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade e para a casa que eu habitar.» O rei concordou com o meu pedido porque me favorecia a bondosa mão de Deus.
Livro de Salmos 137,1-6.
Junto aos rios da Babilónia nos sentámos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros das suas margens pendurámos as nossas harpas. Os que nos levaram para ali cativos pediam-nos um cântico; e os nossos opressores, uma canção de alegria: «Cantai-nos um cântico de Sião.» Como poderíamos nós cantar um cântico do SENHOR, estando numa terra estranha? Se me esquecer de ti, Jerusalém, fique ressequida a minha mão direita! Pegue-se-me a língua ao paladar, se eu não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém a minha suprema alegria!
Evangelho segundo S. Lucas 9,57-62.
Enquanto iam a caminho, disse-lhe alguém: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.» Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.» Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não está apto para o Reino de Deus.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : Bem-aventurado João XXIII (1881-1963), papa Diário da alma, Junho de 1957 [antes da sua eleição para o papado]

Seguir-te-ei por toda a parte aonde fores«Ao anoitecer, dá-nos a luz.» Senhor, estamos no anoitecer. Eu estou nosetuagésimo sétimo ano desta vida que é um grande dom do Pai celeste. Trêsquartos dos meus contemporâneos passaram para a outra margem. Tenho pois deestar, também eu, preparado para para o grande momento. A ideia da morte nãome dá grande inquietação... A minha saúde é excelente e ainda robusta, masnão posso fiar-me nisso; quero estar pronto a dizer « presente», a qualquerchamada, mesmo imprevista. A velhice - que é também um grande dom doSenhor - deve ser para mim motivo de silenciosa alegria interior e deabandono diário ao próprio Senhor, para quem estou voltado como uma criançapara os braços que o pai lhe abre.A minha humilde e já longa vida desenrolou-se como uma meada, sob o signo dasimplicidade e da pureza. Não me custa nada reconhecer e repetir que não sounem valho mais do que nada. O Senhor fez-me nascer de gente pobre e pensouem tudo. Eu deixei-o fazer... É bem verdade que «a vontade de Deus é a minhapaz». E a minha esperança está toda na misericórdia de Jesus...Penso que o Senhor Jesus me reserva, para minha completa mortificação epurificação, para me admitir na Sua alegria eterna, alguma grande pena ouaflição do corpo e do espírito antes que eu morra. Pois bem, eu aceito tudoe de boa vontade, desde que tudo sirva para Sua glória e para bem da minhaalma e dos meus queridos filhos espirituais. Receio a fraqueza da minharesistência e peço-Lhe que me ajude, pois tenho pouca ou nenhuma confiançaem mim, mas tenho uma confiança total no Senhor Jesus.Há duas portas para o Paraíso: a inocência e a penitência. Quem poderápretender, pobre homem frágil, achar aberta a primeira? Mas a segunda estácontudo segura. Jesus passou por essa com a Sua cruz ao ombro, em expiaçãodos nossos pecados, e convida-nos a segui-lo.