19 outubro, 2005

EVANGELHO: Quarta-feira, dia 19 de Outubro de 2005.


Hoje a Igreja celebra : S. Paulo da Cruz, presbítero, penitente, +1775


Carta aos Romanos 6,12-18.
Portanto, que o pecado não reine mais no vosso corpo mortal, de tal modo que obedeçais às suas paixões. Não entregueis os vossos membros, como armas da injustiça, ao serviço do pecado. Pelo contrário, entregai-vos a Deus, como vivos de entre os mortos, e entregai os vossos membros, como armas da justiça, ao serviço de Deus. Pois o pecado não terá mais domínio sobre vós, uma vez que não estais sob a Lei, mas sob a graça. Libertos do pecado Então? Vamos pecar, porque não estamos sob a Lei, mas sob a graça? De modo nenhum! Não sabeis que, se vos entregais a alguém, obedecendo-lhe como escravos, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado que leva à morte, quer da obediência que leva à justiça? Demos graças a Deus: éreis escravos do pecado, mas obedecestes de coração ao ensino que vos foi transmitido como norma de vida. E libertos do pecado, tornastes-vos escravos da justiça.
Livro de Salmos 124,1-8.
Se o SENHOR não estivesse do nosso lado – que o diga Israel – se o Senhor não estivesse do nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, ter-nos-iam engolido vivos quando a sua fúria ardia contra nós. As águas ter-nos-iam submergido, a torrente teria passado sobre nós. Então, sim, teriam passado sobre nós as águas turbulentas! Bendito seja o SENHOR, que não nos entregou como presa nos seus dentes! nossa vida escapou como um pássaro do laço de caçadores; rompeu-se o laço e nós libertámo-nos. nosso auxílio está no nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.
Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Ficai a sabê-lo bem: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não teria deixado arrombar a sua casa. Estai preparados, vós também, porque o Filho do Homem chegará na hora em que menos pensais.» Pedro disse-lhe: «Senhor, é para nós que dizes essa parábola, ou é para todos igualmente?» O Senhor respondeu: «Quem será, pois, o administrador fiel e prudente a quem o senhor pôs à frente do seu pessoal para lhe dar, a seu tempo, a ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, quando vier, encontrar procedendo assim. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas, se aquele administrador disser consigo mesmo: 'O meu senhor tarda em vir' e começar a espancar servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que ele menos espera e a uma hora que ele não sabe; então, pô-lo-á de parte, fazendo o partilhar da sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou e não agiu conforme os seus desejos, será castigado com muitos açoites. Aquele, porém, que, sem a conhecer, fez coisas dignas de açoites, apenas receberá alguns. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito será pedido.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : Bem-aventurado Gerrico d’Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense 3º Sermão para o Advento

“Vós não estais nas trevas para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão” (1 Ts 5, 4)“
Prepara-te, Israel, para te encontrares com o teu Deus, porque Ele vai vir” (cf. Am 4, 12). E vós, também, irmãos, “estai preparados, porque à hora que menos pensais virá o Filho do Homem”. Nada mais certo do que a sua vinda, mas nada mais incerto do que o momento dessa vinda. De facto, pertence-nos tão pouco conhecer o tempo ou os momentos que o Pai, no seu poder, tem fixados, que nem sequer aos anjos que O rodeiam lhes é dado saber o dia ou a hora (Act 1, 7; Mt 24, 36).O nosso último dia virá também: é um facto muito certo. Mas quando, onde ecomo, isso é-nos muito incerto; sabemos unicamente, como já se disse antesde nós, que “para aos anciãos, ele já se encontra no limiar, enquanto paraos jovens está à espreita” (S. Bernardo) … Esse dia não deveria apanhar-nosde surpresa, não acautelados, como um ladrão durante a noite… Que o temor,permanecendo em vela, nos tenha sempre preparados, até que a segurança sesobreponha ao temor, e não o temor à segurança. “Estarei atento, diz oSábio, para não cometer pecado” (Sl 17, 24), já que não posso preservar-meda morte. Ele sabe, de facto, que “o justo, surpreendido pela morte,encontrará descanso” (Sb 4, 7; mais ainda, triunfam da morte os que nãoforam escravos do pecado durante a vida. Como é belo, meus irmãos, são sósentir-se em segurança perante a morte, mas também triunfar dela com glória,acompanhados do testemunho da própria consciência.