09 outubro, 2005

EVANGELHO: Domingo, dia 09 de Outubro de 2005.


No monte Sião, o SENHOR do universo prepara para todos os povos um banquete de carnes gordas,acompanhadas de vinhos velhos, carnes gordas e saborosas, vinhos velhos e bem tratados. Neste monte, Ele arrancará o véu de luto que cobre todos os povos, o pano que encobre todas as nações. Aniquilará a morte para sempre. O Senhor DEUS enxugará as lágrimas de todas as faces, e eliminará o opróbrio que pesa sobre o seu povo, sobre toda a nação. Foi o SENHOR quem o proclamou. Dir-se-á naquele dia: «Este é o nosso Deus, nele confiámos e Ele nos salva. Este é o SENHOR em quem confiámos. Congratulemo-nos e rejubilemos com a sua salvação. A mão do SENHOR repousará sobre este monte.» Moab, porém, a rebelde, será pisada no seu próprio terreno, como se pisa a palha na lixeira.
Livro de Salmos 23,1-6.
SENHOR é meu pastor: nada me falta. Em verdes prados me faz descansar e conduz-me às águas refrescantes. Reconforta a minha alma e guia-me por caminhos rectos, por amor do seu nome. Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão-me confiança. Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a minha cabeça; a minha taça transbordou. Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.
Carta aos Filipenses 4,12-14.19-20.
Sei passar por privações, sei viver na abundância. Em toda e qualquer situação, estou preparado para me saciar e passar fome, para viver na abundância e sofrer carências. De tudo sou capaz naquele que me dá força. Entretanto, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. E o meu Deus há-de compensar-vos plenamente em todas as necessidades, segundo a sua riqueza, na glória que se tem em Cristo Jesus. A Deus nosso Pai, a glória pelos séculos dos séculos! Ámen! Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.Tendo Jesus recomeçado a falar em parábolas, disse-lhes: «O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer. De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’ Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio. Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos. O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade. Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’ Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu. O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’ Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Sermão 90


Revestir o traje de núpcias

Qual é o traje de núpcias de que fala o Evangelho? Com toda a certeza que esse traje é qualquer coisa que só possuem os bons, os que devem participar no festim… Serão os sacramentos? O baptismo? Sem o baptismo, ninguém chega até Deus, mas alguns recebem o baptismo e também não chegam até Deus… Talvez seja o altar e o que se recebe no altar? Mas, ao receberem o corpo do Senhor, alguns comem e bebem a sua própria condenação (1 Co 11,29). Que é então? O jejum? Os maus também jejuam. A ida à igreja? Os maus vão à igreja como os outros…Que será então esse traje de núpcias? O apóstolo Paulo diz: “Os preceitos não têm outro objectivo senão a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem fingimento” (1 Tm 1,5). Eis o traje das núpcias. Não se trata de um amor qualquer, porque muitas vezes vemos homens desonestos amar outras pessoas…, mas não se vê neles aquela caridade “que nasce de um coração puro, de uma boa consciência, de uma fé sem fingimento”: ora é essa caridade que é o traje de núpcias.“Ainda que eu falasse todas as línguas do mundo, diz o apóstolo Paulo, se me faltar o amor, sou apenas bronze que ressoa, um címbalo retumbante… Ainda que eu fosse profeta, conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e tivesse fé até transportar as montanhas, se me faltar o amor, eu não sou nada” (1Co 13,1-2) … Poderia ter tudo isso, diz ele, mas, sem Cristo, “não sou nada”… Quantos bens são inúteis se um só bem vier a faltar! Se não tiver amor, ainda que distribuísse todos os meus bens, confessasse o nome de Cristo até derramar o meu sangue (1 Co 13,3), isso não serviria de nada, pois posso agir assim por amor à glória… “Se me faltar o amor, isso não serve de nada”. Eis o traje das núpcias. Examinai-vos: se o tiverdes, aproximai-vos com confiança do banquete do Senhor.