EVANGELHO: Quarta-feira, dia 05 de Outubro de 2005.
Jonas ficou profundamente aborrecido com isto e, muito irritado, dirigiu ao Senhor esta oração: «Ah! Senhor! Porventura não era isto que eu dizia quando ainda estava na minha terra? Por isso é que, precavendo-me, quis fugir para Társis, porque sabia que és um Deus misericordioso e clemente, paciente, cheio de bondade e pronto a renunciar aos castigos. Agora, Senhor, peço-te que me mates, porque é melhor para mim a morte que a vida.» O Senhor respondeu-lhe: «Julgas que tens razão para te afligires assim?» Jonas saiu da cidade e sentou-se a oriente da mesma. Ali fez para si uma cabana e sentou-se à sua sombra, para ver o que ia acontecer na cidade. O Senhor Deus fez crescer um rícino, que se levantou acima de Jonas, para fazer sombra à sua cabeça e o proteger do Sol. Jonas alegrou-se grandemente por aquele rícino. Ao outro dia, porém, ao romper da manhã, enviou Deus um verme que roeu as raízes do rícino, e este secou. Quando o Sol se levantou, Deus fez soprar um vento quente do oriente, e o Sol dardejou os seus raios sobre a cabeça de Jonas, de forma que ele, desfalecido, desejou a morte e disse: «Melhor é para mim morrer do que viver.» Então Deus disse a Jonas: «Julgas tu que tens razão para te indignares por causa deste rícino?» Jonas respondeu: «Sim, tenho razão para me indignar até desejar a morte.» Disse-lhe Deus: «Sentes pena de um rícino que não te custou trabalho algum para o fazeres crescer, que nasceu numa noite, e numa noite pereceu! E não hei-de Eu compa-decer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e um grande número de animais?»
Livro de Salmos 86,3-6.9-10.
Senhor, tem compaixão de mim, que a ti clamo todo o dia. Alegra o espírito do teu servo, pois para ti, Senhor, elevo a minha alma. Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente, cheio de misericórdia para quantos te invocam. Senhor, ouve a minha oração, atende os gritos da minha súplica. Todas as nações, que criaste, virão adorar-te, Senhor, e darão glória ao teu nome. Porque só Tu és grande e realizas maravilhas.
Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.
Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por : S. Cipriano (cerca 200-258), bispo de Cartago e mártir Da oração dominical
A oração dos filhos de Deus: Eis como o Senhor nos disse para rezarmos: “Nosso Pai que está nos céus”. O homem novo, renascido e restituído ao seu Deus pela sua graça, diz em primeiro lugar “Pai” porque ele começa a tornar-se seu filho. “Ele veio para a sua casa, diz o Evangelho, e os seus não o receberam, mas a todos que o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que acreditam no seu nome” (Jo 1,11-12). O que acreditou no seu nome tornou-se filho de Deus e deve pois começar por dar graças proclamando-se filho de Deus e chamando Deus Pai que está nos céus...Que grande indulgência e que imensa bondade do Senhor para connosco! Ele quis que ofereçamos a nossa prece a Deus dando-lhe o nome de Pai. E tal como Cristo é Filho de Deus, ele quis que também nós tivéssemos o nome de filhos de Deus. Este nome, ninguém de entre nós ousaria pretendê-lo na oração se ele próprio não o tivesse concedido.Devemo-nos lembrar, irmãos muito amados, e devemos saber que assim que chamamos nosso Pai a Deus, temos que nos comportar como filhos de Deus para ele se comprazer em nós como nós nos alegramos nele. Comportemo-nos como templos de Deus (1Cor 3,16) e Deus permanecerá em nós.
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