14 junho, 2006

Canto Gregoriano continua sendo o canto oficial da liturgia romana

Entrevista com a pesquisadora e musicista Julieta Veja García
MÉXICO, D.F. terça-feira, 13 de junho de 2006 (ZENIT.org-El Observador).-
O canto gregoriano continua sendo o canto oficial da Igreja Católica de rito latino, recorda Julieta Veja García, licenciada em Filosofia e Letras --especialidade em História da Arte-- e doutora em Geografia e História dentro da área de Musicologia. É titulada profissional como professora de piano pelo Conservatório Superior de Música de Granada (Espanha) e diretora da «Schola Gregoriana llíberis» desde 1986. Suas linhas de investigação se centram no Canto Gregoriano: patrimônio, teoria e prática, e a música nos conventos de clausura e outros meios eclesiásticos.
O que é o «Canto Gregoriano»?
Julieta Vega García: É um canto milenar, patrimônio cultural da humanidade e continua sendo o canto oficial da liturgia romana, como recordou o próprio João Paulo II em 2003 em um Quirógrafo sobre a música sacra – por ocasião do centenário do Motu Proprio «Tra lê sollecitudini», em que recordava as normas do Vaticano II acerca da música litúrgica.
Por que se chama assim?
Julieta Vega García: Porque se atribui sua autoria ao Papa São Gregório Magno. Um dos pontos que mais chamam a atenção em seu fecundo pontificado é seu zelo pelo aperfeiçoamento da liturgia, alcançando grande importância seu impulso na organização definitiva do canto litúrgico, que se conhece sob o nome de canto gregoriano. Aos 35 anos, ele começou a dedicar-se ao serviço de Deus. A ele se deve a primeira grande reforma da Liturgia, de maneira especial do canto (daí o nome de canto gregoriano, que está na base da liturgia ocidental).
Quando surgiu o Canto Gregoriano?
Julieta Vega García: Sua origem está na salmodia judaica, mas as primeiras partituras que se conservam foram escritas no Renascimento Carolíngio, no final do século IX.
Qual é a relação entre o Canto Ambrosiano e o Canto Gregoriano?
Julieta Vega García: Antes da unificação que se produziu nos séculos IX-XI, cada região tinha suas próprias tradições: o Ambrosiano em Milão, o visigótico-mozárabe na Espanha, o velho romano, o galiciano... O gregoriano parece ser uma síntese entre galicano e velho romano. Em determinadas peças, há muita relação entre o Ambrosiano e o Gregoriano, mas o ambrosiano é um pouco mais ornamentado melodicamente.
Existe atualmente produção de Canto Gregoriano? Qual é a aceitação social que se lhe outorga?
Julieta Vega García: Realmente a produção (entendida como composição) é inexistente. Há boa aceitação social deste antigo repertório, tanto em concertos como em missas, conferências, assistência e cursos, compra de música gravada, entre outros tipos de consumo.

1 Comments:

At 5:51 PM, Blogger André said...

Espera-se o retorno do gregoriano, como é desejo do atual Papa. Sou contra as novidades, na Missa de Paulo VI, do Vaticano II, de maneira nada boa para a liturgia na Igreja que levou quase total esquecimento a tal canto sacro. Tanto que fala-se da "reforma da reforma" da própria Missa do Concílio V.II que pode barrar essas novidades conciliares.

 

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