06 setembro, 2005

EVANGELHO: Terça-feira, dia 06 de Setembro de 2005


Hoje a Igreja celebra : Santo Eleutério, abade, séc. VI
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Carta aos Colossenses 2,6-15.
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Do mesmo modo que recebestes Cristo Jesus, o Senhor, continuai a caminhar nele: enraizados e edificados nele, firmes na fé, tal como fostes instruídos, transbordando em acção de graças. Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo, e não em Cristo. Porque é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade, e nele vós estais repletos de tudo, Ele que é a cabeça de todo o Poder e Autoridade. Foi nele que fostes circuncidados com uma circuncisão que não é feita por mão humana: fostes despojados do corpo carnal, pela circuncisão de Cristo. Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. A vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da vossa carne, Deus deu-vos a vida juntamente com Ele: perdoou-nos todas as nossas faltas, anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz. Depois de ter despojado os Poderes e as Autoridades, expô-los publicamente em espectáculo, e celebrou o triunfo que na cruz obtivera sobre eles.
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Livro de Salmos 145,1-2.8-9.10-11.
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Exaltarei a tua grandeza, ó meu rei e meu Deus; hei-de bendizer o teu nome para sempre. Todos os dias te bendirei; louvarei o teu nome para sempre. SENHOR é clemente e compassivo, é paciente e misericordioso. SENHOR é bom para com todos; a sua ternura repassa todas as suas obras. Louvem-te, SENHOR, todas as tuas criaturas; todos os teus fiéis te bendigam. Dêem a conhecer a glória do teu reino e anunciem os teus feitos poderosos,
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Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.
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Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos: Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon, que acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males. Os que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados; e toda a multidão procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma força que a todos curava.
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Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Carta a Proba sobre a oração
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"Passou a noite a rezar"Quando o apóstolo Paulo diz: "Apresentai a Deus os vossos pedidos" (Fi 4,6), isso não quer dizer que os demos a conhecer a Deus, porque Ele já os conhecia mesmo antes de existirem, mas que é pela paciência e pela perseverança diante de Deus e não pelo palavreado diante dos homens que conheceremos se as nossas orações são boas... Não é proibido e inútil rezar durante muito tempo, quando isso é possível, quer dizer, quando não impede outras ocupações boas e necessárias; aliás, ao cumpri-las devemos sempre rezar pelo desejo, tal como eu vos disse.Porque, se rezarmos durante muito tempo, isso não é, como alguns pensam, uma oração de repetição (Mt 6,7). Falar muito é uma coisa, amar longamente é outra coisa. Porque está escrito quer o próprio Senhor "passou a noite em oração" e que "rezava com mais insistência" (Lc 22,44). Não terá Ele querido dar-nos o exemplo rezando por nós no tempo, Ele que com o Pai atende as nossas orações na eternidade?Diz-se que os monges do Egipto fazem orações frequentes mas muito curtas, lançadas como flechas, para evitar que, prolongando-as muito, a atenção vigilante se dissolva e dissipe... A oração não deve conter muitas palavras, mas muita súplica; ela pode assim prolongar-se numa atenção fervorosa... Rezar muito é bater durante muito tempo e com todo o nosso coração à porta daquele a quem rezamos (Lc 11,5sg). Com efeito, a oração consiste mais em gemidos e lágrimas do que em discursos e palavras.