19 dezembro, 2005

«Alegra-te, cheia de graça»


A alegria é uma componente fundamental do tempo sagrado que começa. O Advento é um tempo de vigilância, de oração, de conversão, para além de uma espera ferverosa e alegre. O motivo é claro: «O Senhor está próximo» (Fil 4,5).
A primeira palavra dirigida a Maria no Novo Testamento é um alegre convite: «Exulta, rejubila!» (Lc 1, 28 grego). Uma tal saudação está ligada à vinda do Salvador. A Maria, é, em primeiro lugar, anunciada uma alegria que emseguida será proclamada a todo o povo; ela participa nisso de uma maneira e numa medida extraordinária. Nela, a alegria da antiga Israel concentra-se e encontra a sua plenitude; nela, a felicidade dos tempos messiânicos explode irrevogavelmente. A alegria da Virgem Maria é especialmente a do pequeno resto de Israel (Is 10,20s), dos pobres que esperam a salvação de Deus e que fazem a experiência da sua fidelidade.
Para participar nessa festa, também nós, é preciso esperar com humildade e acolher o Salvador com confiança. «Todos os fiéis que, pela liturgia, vivem o espírito do Advento, considerando o amor inefável com o qual a Virgem Mãe esperava o Filho, levarão a que a tomem por modelo e se preparem para ir ao encontro do Senhor que vem, “vigilantes na oração e cheios de júbilo”» (Paulo VI, Marialis cultus 4; Missal Romano).
João Paulo II,
Alocução de 27/11/1983